Galha XI : Um serán de inverno



Um serán de inverno


O Meu Amor foi ao mar de Oriente
para ver a lua saínte,
naquel azul horizonte.

Ò ve-la sair tam fermosa,
Meu Amor chorou de alegria,
coma se ela nunca a vira.

Quando a Lua viu as suas bágoas,
o seu clarom volveu-se azulado,
coma se a houvera bicado o Mar.

Entom aquelas bágoas brilhantes, 
tornarom-se uns diamantes
alumeando uma mágica noite.

Meu Amor quedou dormida,
de gozo sobre a area gelada,
protegida coa luz da Lua.

Ela espertou no amencer,
co primeiro raio de Sol,
naquel mesmo horizonte.

Envolta dum mundo colorido,
sentiu-se que estava no ceo,
numha feira do núcleo do Universo.

Todo eram cores dos reflexos
das suas pedras brilhantes,
das suas bágoas preciosas.

Pois relumbravam no ceo
centos e miles de arcos da velha,
todo alí eram luzes e cores.

Nasceu o dia do radiante espectro,
com todas as cores do Mundo
ò través das suas bágoas.

Hoje foi o gram dia da Lua, 
o dia quando o Meu amor
diu-lhe uma aperta ao Sol.

***





21 de Janeiro de 2021



Moradelha editora